PARA REFLECTIR...

GAUDIUM ET SPES

Gaudium et Spes – Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo


A última constituição a ser aprovada, na véspera do encerramento do Concílio Vaticano II.
Tem uma visão abrangente sobre a PASTORAL DA IGREJA – que interliga Catequese, Liturgia e Caridade, incidindo de forma mais definida nesta última onde se enquadra a PASTORAL SOCIAL.
“As páginas desta constituição assinalam o ponto de encontro entre Cristo e o homem moderno” Paulo VI . Levando a Igreja ao meio da vida contemporânea para a  - Iluminar – Sustentar – Consolar. A maior novidade do Concílio Vaticano II é a sua abertura e a tentativa de diálogo com os problemas e desafios do mundo moderno. A partir de princípios doutrinais procura repor em relação a Igreja com o mundo e os homens e mulheres do nosso tempo.
Ainda hoje, nos nossos dias, passados 50 anos do Concílio Vaticano II, a Gaudium et Spes continua a dar elementos preciosos para entender as transformações por que passa a sociedade moderna,  a fornecer pistas para uma ação eficaz, quer do ponto de vista pastoral, social e político para ultrapassarmos os problemas que o desenvolvimento acelerado da sociedade causa, e ainda representa a postura da Igreja diante dos principais desafios da modernidade.
A Gaudium et Spes divide-se em duas grande partes: a primeira intitulamo-la O HOMEM NO MUNDO:
Na qual se desenvolve o pensamento da Igreja sobre o homem, o mundo em que habita e sua mutua relação e põe a nu, as contradições, assimetrias e desigualdades sociais que se aprofundam, por outro lado, as esperanças e aspirações do ser humano enquanto imagem e semelhança de Deus. A segunda parte é intitulada HOJE SOCIEDADE – QUESTÕES URGENTES: Onde vários aspetos da vida de hoje e da sociedade humana, com particular enfeze nas questões e problemas que pareçam ter maior urgência nos nossos dias. Analisa a sociedade atual, seguida de orientações para a busca da justiça e da paz. (econômico; Social; Político e Cultural)
Ao lermos, estudarmos e refletirmos esta constituição do C. Vaticano II encontramos temas como:

> MUDANÇAS; o homem vive uma nova fase da história. A transformação social e cultural reflete-se na vida religiosa.
As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. (GS 1)
Dirige-se a todos os homens, expondo-lhes o modo de estar e a atividade da Igreja no mundo de hoje, para iluminar a problemática humana e salvar o homem. O homem na sua unidade e integridade (corpo e alma, coração e consciência, inteligência e vontade),  é o centro de toda a exposição
É dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho.
Para responder de modo adaptado, em cada geração às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da vida presente e da futura relação entre elas

> PESSOA HUMANA; O homem é um ser uno – corpo e alma. Sl8,5-7 – “Que é, pois o homem, para dele te lembrares? Para que te preocupes dele?” O homem foi “Criado á imagem de Deus” - “varão e mulher”, o que constitui a primeira forma de comunhão entre pessoas e tem uma natureza social, desenvolve as suas qualidades em relação com os outros.
Seduzido pelo maligno o homem pecou, diminuindo-o e impedindo-o de atingir a plena realização.

 > CONSCIÊNCIA MURAL; No fundo da consciência o homem encontra uma LEI, uma voz que está sempre a chamar ao amor do bem e fuga do mal, soa no momento oportuno, na intimidade do seu coração.
Uma lei inscrita no coração do homem por Deus à qual deve obedecer e é por ela que ele é julgado.

> LIBERDADE; Só na Liberdade é que o homem se pode converter ao bem. A liberdade verdadeira é um sinal privilegiado da imagem divina no homem. Deus quis “deixar o homem entregue à sua própria decisão”, para que busque por si mesmo o seu Criador e livremente adira a Ele.

> BEM COMUM; É o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro a alcançarem a própria perfeição. Cada grupo deve ter em conta as necessidades e legítimas aspirações dos outros grupos e o bem comum de toda a família humana.
> DIÁLOGO; Fraterno entre os homens realiza-se a nível mais profundo da comunidade de pessoas. Chamados a formar uma só família e ao mesmo fim - Deus

> CULTURA; Indica todas as coisas por meio das quais o homem: apura e desenvolve as múltiplas capacidades do seu espírito e do seu corpo, se esforça por dominar o mundo, torna mais humana a vida social, quer a familiar quer a comunidade civil e comunica aos outros e conserva nas suas obras, para que sejam de proveito à humanidade.

> A VIDA ECONÓMICA E SOCIAL; O HOMEM é o protagonista, o centro e o fim de toda a VIDA ECONÓMICA  E SOCIAL, deve respeitar e promover a dignidade e a vocação integral da pessoa humana  e o bem toda a sociedade.

> VIDA DA COMUNIDADE POLÍTICA; A comunidade política existe em vista ao bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. Comunidade política e autoridade pública fundam-se na natureza humana e pertencem à ordem estabelecida por Deus

> O MATRIMÓNIO E A FAMÍLIA; Os cristãos alegram-se com os vários fatores que fazem aumentar entre os homens a estima desta comunidade de amor e o respeito pela vida e que auxiliam os cônjuges e os pais na sua missão.

> PROMOÇÃO DA PAZ; Felizes os construtores da paz “porque serão chamados filhos de Deus” (Mt5,9). Concílio, apela para os cristãos, com a ajuda de Cristo, autor da paz, colaborem com todos os homens no estabelecimento da paz na justiça e no amor e na preparação dos instrumentos da mesma paz. 

> A COMUNIDADE INTERNACIONAL; As relações entre as nações também estão envenenadas com as contendas e violência. É necessário que os organismos internacionais cooperem e coordenem melhor, que se fomentem as organizações que promovem a paz.

> IGREJA SINAL FRATERNIDADE VERDADEIRA; Apresentando ainda temas que constituem objeto de condenação conciliar desafiando a uma reflexão profunda em ordem às convicções e vida de cada um: Ateísmo; o que atenta contra a vida e a Pessoa Humana; Divorcio entre a Fé e a Vida; Aborto e Infanticídio; Genocídio; Toda a ação bélica e Corrida ao Armamento.

DEI VERBUM



“Da Palavra à Ação” é o titulo do plano Pastoral que será realizado neste ano pastoral que estamos a iniciar. Este ano é-nos proposto pelo nosso bispo D. Ilídio o estudo das constituições do Concilio Vaticano II: a Dei Verbum que trata da Revelação Divina e a Gaudium et Spes que dá orientações para a relação entre a Igreja e a Sociedade.

Assim estamos todos convocados para formar pequenos grupos nas nossas comunidades, onde estudaremos e refletiremos a realidade das nossas comunidades: a forma como estamos a acolher a Palavra de Deus nas comunidades, nas nossas vidas, e a sua importância nas mesmas a partir dos documentos que a comissão diocesana para o sínodo editar, com base nas constituições Dei Verbum e da Gaudium et Spes.

Iniciamos esta caminhada, com a Dei Verbum, a Palavra de Deus, lida, refletida, interpretada e concretizada por muitos documentos. Durante o tempo de Advento, iremos ter o guião de estudo: “A Palavra de Deus na vida e na Missão da Igreja”. A Igreja alimenta-se e fortalece-se na escuta desta Palavra, exercendo sabiamente a tríplice missão que herdou de Jesus Cristo, educação; celebração e praticar a fé. «Alimentar-nos da Palavra para sermos «servos da Palavra» no trabalho da evangelização: é seguramente uma prioridade para a Igreja no início do novo milénio» - Carta Apostólica Novo Millennio ineunte (2001), n.º 40

«A Igreja não vive de si mesma, mas do Evangelho» DV51 – precisamos de conhecer a Palavra de Deus, de a escutarmos, meditamos, rezarmos, de impregnarmos a nossa vida da Palavra de Deus, para a cada dia estarmos mais próximos de Deus e sermos os evangelizadores dos novos tempos.  

O documento A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja, está dividido em três partes. A primeira apresenta-nos a Constituição Dei Verbum, a segunda enumera alguns documentos que os Pastores da igreja escreveram para instruir a Igreja na sua caminhada após-conciliar e por fim, a terceira parte sintetiza a Exortação Apostólica Verbum Domini de Bento XVI.

Ninguém deve ficar parado, indiferente, ou Auto dispensar-se deste projeto, pois todos temos a responsabilidade e o dever de dar o nosso contributo. Que cada um se sinta animado, entusiasmado, comprometido e com alegria e generosidade participe num grupo da sua paroquia.



Indicações práticas:

- No quadro dos documentos que se encontra do lado direito do blogue encontra-se uma pasta com o nome Dei Verbum, na qual está o documento Diocesano base de estudo e reflexão, as Lectio Divinas semanais, o powerpoint de apresentação deste trabalho, e todos os mais documentos que a diocese publique.

- cada grupo deverá ter entre 5 e 15 pessoas

- cada grupo deverá reunir periodicamente, devem ter algum tempo de reflexão e de formação cristã, que ajude nas suas responsabilidades na Igreja e na paróquia.

- cada grupo terá um animador que orientará os trabalho e anotará as reflexões (respostas às questões colocadas) 

- Em Janeiro deverão ser enviadas para a comissão diocesana do sínodo as conclusões, respostas dos grupos sinodais. Para que possam ser lidas e refletidas por esta mesma comissão.

DEI VERBUM - e a Sagrada Escritura


A Sagrada Escritura sempre foi um tema que despertou muito interesse ao longo de todos os tempos, incluindo durante o tempo em que decorria o Concílio VATICANO II. A constituição Dei Verbum expõe uma doutrina que tem valor normativo para a fé da Igreja. Pela Dei Verbum  o Concílio Vaticano II pretende propor a genuína doutrina acerca da Revelação Divina  e da sua transmissão. Esta constituição não surgiu do nada no Concilio mas é fruto de um caminho de amadurecimento que levou anos, podemos mesmo contextualizar as origens do documento a partir do tempo da Reforma, meados do sé. XVI, que encerrou o acesso fácil de todos os crentes, não permitindo a tradução dos textos originais da Escritura para as línguas comuns.

No séc. XIX, tentando dar resposta e orientação aos estudos bíblicos em relação à Revelação Divina a Igreja escreve Dei Filius, do Concílio Vaticano I, sobre a Revelação(1879). O Papa Leão XIII, escreveu a encíclica Providentissimus Deus (1893), criação da Pontifícia Comissão Bíblica (1902), no mesmo ano o Papa Bento XV publicou a encíclica Spiritus Paraclitus, o Papa Pio XII escreve a encíclica Divino Afflate Spiritus (1943). Um aprofundamento lento, mas que refletia uma necessidade da Igreja: dar o devido valor à Sagrada Escritura, à Palavra ou Verbo de Deus. Por ocasião do Concílio, chegaram a Roma 102 proposições que foram selecionadas, agrupadas e aprofundadas pela comissão preparatória. Devido à sua complexidade e após 104 intervenções, os padres conciliares pediram que se parassem as discussões e que o esquema fosse reelaborado. O texto atual foi promulgado a 18 de Novembro de 1965, após receber 2.344 votos a favor e seis contra.

O maior objetivo do Concílio era difundir a Palavra de Deus, em cumprimento ao desejo de Jesus Cristo que anunciou «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Notícia a toda a Humanidade.» (Mc 16,15) Logo no Proémio destaca-se o objetivo de «propor a genuína doutrina sobre a Revelação divina e a sua transmissão, para que o mundo inteiro, ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame.» (DV 1)

A estrutura do documento é bastante simples. É designada "constituição dogmática" porque expõe e discute verdades doutrinárias, mais especificamente, aborda a complexa relação entre Escritura e Tradição. O primeiro capítulo é sobre a Revelação. Descreve o processo contínuo de comunicação entre Deus e o ser humano. Deus revela-se, mostra-se, dar-se a conhecer ao homem. Deus manifestou a Sua vontade e a Sua verdade diversas vezes ao longo da história com o objetivo de conduzir todos à comunhão Consigo. Na plenitude dos tempos, revelou-Se de modo pleno e definitivo através do Seu Filho, Jesus Cristo, o Verbo Encarnado. No prólogo de João temos estes dados teológicos narrados: «No começo a Palavra [Verbo] já existia: a Palavra estava voltada para Deus e a Palavra era Deus. [...] E a Palavra fez-Se Homem e habitou entre nós.» (cf. Jo 1,1-18) Em poucas linhas a Dei Verbum concentra os fundamentos de toda a Teologia da Revelação.

O capítulo II ocupa-se da transmissão da Revelação divina. Confirma que o nosso acesso à Revelação acontece através da pregação dos Apóstolos e dos seus sucessores. É a chamada Tradição, que se origina nos Apóstolos e progride na Igreja sob a inspiração do Espírito Santo (DV 8). A Tradição ajuda a compreender a Escritura, pois as duas estão intimamente relacionadas, são dois pilares da fé cristã, provêm de Deus e tendem ao mesmo fim: conduzir o homem a Deus.

A seguir o documento confirma que a Sagrada Escritura foi escrita por mãos humanas, mas sob inspiração do Espírito Santo. Para a interpretação da Bíblia é preciso ter em conta a sua inspiração divina, os géneros literários, os estudos exegéticos e hermenêuticos e tudo o mais que possa contribuir para um aprofundamento e melhor compreensão do texto. Incentiva-se assim as pesquisas e estudos bíblicos, primeiramente por parte dos pastores e pregadores, mas também de todos os cristãos, pois não é possível amar o que não se conhece.

Os capítulos IV e V tratam respetivamente do Antigo e do Novo Testamento. O Antigo Testamento contém um retrato da história da salvação e serviu para preparar o advento de Cristo que veio instaurar o Reino, como é descrito no Novo Testamento.

Por fim, vemos como a Sagrada Escritura age na vida da Igreja. No capítulo VI está muito explícito o convite ao aprofundamento da Palavra de Deus através da tradução da Bíblia para todas as línguas, além do estudo e da investigação. A Escritura deve ser a alma da Teologia (DV 24). De facto, a partir do Concílio a bíblica generalizou-se no campo teológico e pastoral. A constituição Dei Verbum deu origem a muitos outros bons frutos, tais como a renovação bíblica a nível litúrgico, teológico e catequético; a leitura e aprofundamento da Bíblia através do apostolado bíblico, com o aparecimento de diversos grupos, movimentos e iniciativas; a grande difusão da Bíblia nas famílias e em diversos ambientes sociais. A título de curiosidade, a Bíblia está traduzida em cerca de 1.000 línguas e dialetos.

No quadro ao lado, estão os documentos disponibilizados pelo Sínodo diocesano para reflexão e Estudo da Dei Verbum.

Fontes: Sitio ABC da catequese e o documento A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja

Os Religiosos

N.º 43 Os Conselhos evangélicos e o Estado Religioso

Este estado não é intermédio entre o estado dos clérigos e o dos leigos;

De ambos estes estados são chamados por Deus alguns cristãos, a usufruírem um dom especial na vida da Igreja e, cada um a seu modo, a ajudarem a sua missão salvadora.

Como em árvore plantada por Deus, e variamente ramificada no campo do Senhor, surgiram diversas formas de vida, quer solidária quer comum, e várias famílias religiosas

N.º 44 Consagração ao Serviço Divino; o Testemunho de Vida
 Pelos votos, ou outros compromissos sagrados a eles semelhantes, com os quais se obriga aos três  mencionados conselhos evangélicos, o cristão entrega-se totalmente ao serviço de Deus.
A profissão dos conselhos evangélicos aparece como sinal que pode e deve atrair eficazmente todos os membros da Igreja a corresponderem animosamente às exigências da vocação cristã.
O estado religioso, manifesta mais claramente a todos os fiéis os bens celestes, já presentes neste mundo;
É testemunha da vida nova e eterna, adquirida com a redenção de Cristo.

N.º 45 Regras e Constituições. A Relação com a Hierarquia
Pertence á hierarquia regular com sábias leis a prática dos conselhos evangélicos. Ela acolhe as regras propostas, depois de aperfeiçoadas aprova-as. Assiste com vigilância e protecção de sua autoridade aos Institutos.
Os membros dos Institutos devem, de acordo com as leis canónicas, respeito e obediência aos Bispos.
N.º 46 / 47 Pureza de Vida ao Serviço do Mundo – Perseverança e Santidade
A profissão dos conselhos evangélicos, ainda que importa a renúncia a bens de grande valor, não se opõe, ao verdadeiro desenvolvimento da pessoa humana, antes a favorece.
Os conselhos evangélicos contribuem muito para a pureza de coração e liberdade de espírito, alimentam continuamente o fervor da caridade e, podem levar o cristão a conformar-se mais plenamente com o género de vida virginal e pobre que Cristo Nosso Senhor escolheu para Si e a Virgem Sua mãe abraçou.
Cada um chamado a este estado, cuide com empenho de perseverar na vocação a que o Senhor o chamou, e de nela se aperfeiçoar para maior santidade da Igreja.

Os Leigos

“…os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja …”LG 30

N.º 30 – Carácter Peculiar dos Leigos

 Os leigos fazem parte do Povo de Deus

Todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, algumas, contudo, pertencem de modo particular aos leigos. 
Os sagrados pastores reconhecem, quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja. Pois Cristo não os instituiu para se encarregarem de toda a missão salvadora da Igreja, mas em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum.

N.º 31 – Conceito e vocação do leigo na Igreja
Por leigos entendem-se todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo.

 Por vocação própria, compete aos leigos procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, onde são chamados por Deus e guiados pelo Espírito Evangélico, aí, concorram para a santificação do mundo, como fermento; manifestem Cristo aos outros, pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e caridade.

Compete especialmente iluminar e ordenar de tal modo as realidades temporais a que estão ligados, que elas sejam sempre feitas segundo Cristo e progridam e glorifiquem o Criador e Redentor.

N.º 32- Unidade na Diversidade
Um só é o Povo de Deus: “um só Senhor, uma só fé, um só baptismo”;
comum é a dignidade dos membros, a graça de filhos, a vocação á perfeição;
uma só salvação, esperança e caridade indivisa.

A distinção que o Senhor estabelece entre ministros sagrados e o restante Povo de Deus, contribui para a união. Os pastores imitando o exemplo de Jesus prestam serviço uns aos outros e aos fieis, estes devem alegremente dar a sua colaboração aos pastores.
Deste modo, todos testemunham, a admirável unidade do Corpo místico de Cristo: a diversidade de graças, ministérios e actividades, consagra em unidade os filhos de Deus, porque “um só e o mesmo é o Espírito que opera todas estas coisas” (1Cor. 12,11)

 N.º 33 O Apostolado dos Leigos  

Unidos no Povo de Deus, e constituídos no corpo único de Cristo, os leigos são chamados:
1º - A tornarem a Igreja presente e activa naqueles locais e circunstâncias em que só por meio deles ela pode ser o sal da terra. Todos os leigos são testemunha e instrumento vivo da missão da Igreja.
2º- A uma colaboração mais imediata no apostolado da Hierarquia.
3º-  pela Hierarquia a exercer certos cargos eclesiásticos, com finalidade espiritual.

N.º 34 A Consagração do Mundo pelo Apostolado dos Leigos

O supremo e eterno sacerdote Cristo Jesus, querendo também por meio dos leigos continuar o Seu testemunho e serviço, vivifica-o pelo Seu Espírito e sem cessar os incita a toda a obra boa e perfeita.
Os leigos enquanto consagrados a Cristo e ungidos no Espírito Santo, têm uma vocação admirável e são instruídos para que os frutos do Espírito se multipliquem neles cada vez mais abundantemente.
Todos os trabalhos, orações, empreendimentos apostólicos, vida conjugal, familiar, trabalho de cada dia, se forem feitos no Espírito, e as incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornem agradáveis a Deus por Jesus Cristo.

Estes sacrifícios são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da Eucaristia. E os leigos, consagram a Deus o próprio mundo.

N.º 35 O Testemunho de Vida pelo Apostolado dos Leigos
Cristo, o grande profeta, quer também pelos leigos ensinar, por isso, os constitui testemunhas, e lhes concedeu o sentido da fé e o dom da palavra a fim de que a força do Evangelho resplandeça na vida quotidiana, familiar e social.

É um modo de evangelizar com carácter específico e de particular eficácia, pois proclamam a palavra de Cristo com o testemunho de vida e com a palavra nas condições ordinárias da vida no mundo
A família é uma admirável escola de apostolado dos leigos. Os esposos são um para o outro e para os filhos as testemunhas da fé e do amor de Cristo.

N.º 36 A Santificação das Estruturas Humanas pelo Apostolado dos Leigos
Os leigos são chamados pelo Senhor para dilatarem o Seu reino, mas como o podem fazer?
>Ajudar-se uns aos outros a levarem uma vida mais santa, para o mundo ser penetrado do espírito de Cristo
> Contribuir para que os bens criados sejam valorizados pelo trabalho humano, pela técnica e pela cultura

Isto, para utilidade de todos, e contribua para o progresso na liberdade humana e cristã de todos os homens

> Perante as força de mal e pecado, devem os leigos, prepararem o mundo para a semente da palavra divina e a Igreja mais amplamente abrirá as portas para introduzir a mensagem da paz

 N.º 37 Relações dos Leigos com a Hierarquia

Os leigos têm o direito :
de receber com abundância, dos sagrados pastores, os bens espirituais da Igreja (Palavra de deus e os sacramentos)
E o dever de dar parecer sobre assuntos que dizem respeito ao bem da Igreja;
Abraçar com obediência, as coisas que os sagrados pastores, determinarem;
Devem rezar pelos seus prelados.

Os pastores devem:
Reconhecer e fomentar a dignidade e responsabilidade dos leigos na Igreja;
Recorram ao seu conselho prudente, entreguem-lhes confiadamente cargos, e dêem-lhes margem e liberdade de acção


N.º 38 Os Leigos Vivificadores do Mundo
Cada leigo deve ser, perante o mundo, uma testemunha da ressurreição e da vida do senhor Jesus e um sinal do Deus vivo.
Todos em conjunto e cada um por sua parte, devem alimentar o mundo com frutos espirituais e nele difundir o espírito que anima os pobres, mansos e pacíficos.

A Constituição Hierárquica da Igreja

Lumen Gentium  - A Constituição Hierárquica da Igreja  (Nº 18 a 29)


“Cristo Nosso Senhor, para apascentar e aumentar continuamente o Povo de Deus, Instituiu na Igreja diversos ministérios, para bem de todo o corpo.” LG 18


N.º18 – O Primado de Pedro

Jesus Cristo instituiu na Igreja diversos ministérios, para apascentar e aumentar continuamente o Povo de Deus.
Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja tendo enviado os apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai (Jo. 20,21)
E quis que os sucessores deles, os Bispos, fossem pastores na Sua Igreja  até ao fim dos tempos.

Para que o Episcopado fosse uno e indiviso, Colocou á frente dos Apóstolos  - PEDRO – e nele instituiu o principio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão.
Concilio, pretende declarar  e manifestar a todos a doutrina sobre os Bispos, sucessores dos apóstolos, que com o sucessor de Pedro, vigário de Cristo e cabeça visível de toda a Igreja, governam a casa de Deus vivo.

N.º 19 – O Colégio dos doze Apóstolos

O Senhor Jesus, depois de ter orado ao Pai, chamou os que ele quis, elegeu doze para estarem com Ele, e enviou-os a pregar o Reino de Deus. Instrui-os em colégio e deu-lhes como chefe Pedro, um dos doze. 
Enviou- os aos filhos de Israel e depois a todos os povos, para fazerem de todas as gentes seus discípulos, as santificassem e governassem.
Servindo deste modo a Igreja, sob a direcção do Senhor, todos os dias até aos fins dos tempos.
Foi no dia de Pentecostes foram plenamente confirmados nesta missão (act 2, 1-26)

N.º20 – Os Bispos, sucessores dos Apóstolos

A missão divina confiada por Cristo aos Apóstolos durará até ao fim dos tempos. Os Apóstolos trataram de estabelecer sucessores, nesta sociedade hierarquicamente constituída. Os sucessos dos apóstolos, foram inicialmente auxiliares no ministério dos Apóstolos. Garantiram a continuidade da missão após a morte dos apóstolos, completando e confirmando a obra por eles iniciada. Foram recomendados que velassem por toda a Igreja,  e estabelecessem outros homens com a mesma finalidade para que após a sua morte, assumissem estes o seu ministério.
Entre os vários ministérios que na Igreja se exercem, o principal é o daqueles que, constituídos no episcopado, são transmissores do múnus apostólico.

Os Bispos, receberam, com os seus colaboradores os presbíteros e diáconos, o encargo da comunidade, presidindo em lugar de Deus à igreja, de que são pastores como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado, ministros do governo.
Por instituição divina, os Bispos sucedem aos Apóstolos, como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo; quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo (Luc. 10,16)

N.º21 – O Episcopado como Sacramento

Na pessoa dos Bispos, assistidos pelos presbíteros, o Senhor Jesus Cristo está presente no meio dos fiéis: continua a pregar a todas as gentes a Palavra de Deus, administra aos crentes os sacramentos da fé, incorpora por celeste regeneração e graças à sua acção paternal novos membros ao Seu corpo e dirigi e orienta o Povo na peregrinação para a eterna felicidade.
Para desempenhar estas funções, os apóstolos foram enriquecidos com a efusão do Espírito Santo, e eles transmitiram o dom do Espírito aos seus colaboradores pela imposição das mãos – Consagração Episcopal.
Consagração Episcopal - Confere a plenitude do sacramento da Ordem.
Juntamente com o poder de santificar, confere também os poderes de ensinar e governar, os quais, só podem ser exercidos em comunhão hierárquica com a cabeça e os membros  do colégio episcopal.
Pertence aos Bispos assumir novos eleitos no corpo episcopal por meio do sacramento da Ordem.

N.º22 – O Colégio dos Bispos e sua Cabeça

Por instituição do Senhor, S. Pedro e os restantes apóstolos formam  um colégio apostólico.
De igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos.
Pela natureza colegial da ordem episcopal, os Bispos de todo o mundo comunicam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz.
Para elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio, são chamados vários Bispos a participarem na sua eleição.
O colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, a cabeça da Igreja.
Romano Pontífice – tem pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente.  
A ordem dos Bispos, juntamente com o Romano Pontífice , é sujeito do supremo e pleno poder sobre a Igreja, mas, este poder só pode ser exercido com o consentimento do Romano Pontífice.
Só a Simão colocou o Senhor como pedra e clavário da Igreja  (Mt16, 18-19), mas este encargo foi também atribuído ao colégio dos Apóstolos  unido à sua cabeça (Mt 18,18;28, 16-20)

O Colégio , exprime variedade, universalidade e unidade do Povo de Deus. Enquanto composto por muitos membros, de todos os povos e reunido sob uma só cabeça.
 O supremo poder  sobre a Igreja universal, que o colégio tem, exerce-se solenemente no Concílio Ecuménico. Nunca se dá um Concílio Ecuménico sem que seja confirmado ou aceite pelo sucessor de Pedro; e é tarefa deste convocar, presidir e confirmar estes Concílios.

N.º23 – Relações dos Bispos dentro do Colégio

A união colegial aparece nas mútuas relações de cada Bispo com as igrejas particulares e com a Igreja universal.
O Romano Pontífice – é perpétuo e visível fundamento da unidade dos Bispos e da multidão dos fiéis.
Cada Bispo – é princípio e fundamento da unidade nas suas respectivas igrejas, formadas à imagem da Igreja Universal. 
Cada um dos Bispos, desempenha a acção pastoral sobre a porção do Povo de Deus a ele confiada. Enquanto membros do colégio episcopal e sucessores dos Apóstolos, estão obrigados, à solicitude sobre toda a Igreja.

Deveres e cuidados dos Bispos:
Ø  promover a unidade da fé e disciplina comum a toda a Igreja
Ø  formar os fiéis no amor pelo Corpo místico de Cristo; principalmente pelos pobres, sofredores, perseguidos por amor da justiça
Ø    promover todas as actividades que são comuns a toda a Igreja, sobretudo para que a fé se difunda e a luz da verdade total nasça para todos
Ø  Anunciar o Evangelho em todas as partes da terra, cada Bispo está obrigado a colaborar com os demais Bispos e com o sucessor de Pedro, de propagar o cristianismo, conforme mandato do próprio Jesus Cristo.
Ø  Subministrar às Missões, operários, auxílios espirituais e materiais
Ø  Prestar de boa vontade ajuda fraterna às outras igrejas, mais vizinhas e necessitadas

 N.º 24 – O Tríplice Ministério dos Bispos

Os Bispos recebem do Senhor, em primeiro lugar a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura. Para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Baptismo e pelo cumprimento dos mandamentos. Receberam o Espírito Santo para realizarem estas suas missões. Este encargo é um verdadeiro serviço, chamado “diaconia” ou mistério na Sagrada Escritura.

N.º25 – O Ministério Episcopal de Ensinar  

Ensino / Pregação do Evangelho
Os Bispos  - são os arautos da fé, que para Deus conduzem novos discípulos, são doutores autênticos, que pregam ao povo a fé que se deve crer e aplicar na vida prática. Devem por todos ser considerados como testemunhas da verdade divina e católica.
Embora os Bispos individualmente, não gozam da prerrogativa da infalibilidade, anunciam, infalivelmente a doutrina de Cristo sempre que, ensinam autenticamente matéria de fé ou costumes concordando em que uma doutrina deve ser tida por definida.

A Infalibilidade com que o divino redentor quis dotar a Sua Igreja, na definição de doutrinas de fé ou costumes, que se deve religiosamente guardar e fielmente expor.
Goza da infalibilidade: O Romano Pontífice, como cabeça do colégio episcopal, sempre deve confirmar na fé os seus irmãos, define alguma doutrina em matéria de fé ou costumes. Não precisa de qualquer aprovação. Mas expõe ou defende a doutrina da fé católica como mestre supremo da Igreja universal.
O Colégio episcopal, quando exerce  o magistério em união com o sucessor de Pedro.
Quando o Romano Pontífice, ou o corpo episcopal com ele, define alguma verdade: propõe-na segundo a revelação, à qual todos se devem conformar. Transmite-se integralmente, por escrito ou por tradição, através da sucessão dos Bispos. Solicitado pelo Romano Pontífice, e sob a iluminação do espírito de verdade, é santamente conservada e fielmente exposta na Igreja.

N.º26 – O Ministério Episcopal de Santificar

 O Bispo é o “administrador da graça do supremo sacerdócio”, principalmente na Eucaristia, que ele oferece ou providencia para ser oferecida, pela qual vive e cresce a Igreja.
A Igreja de Cristo está presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, que aderindo aos seus pastores, são chamadas igrejas no Novo Testamento. São elas, nos locais onde se encontram, o novo Povo chamado por Deus, no Espírito santo e com plena segurança.
Nelas se congregam os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo e se celebra o mistério da Ceia do Senhor
Em qualquer comunidade que participa do altar sob o ministério sagrado do Bispo, é manifestado o símbolo do amor e da unidade do Corpo místico , sem o qual não pode haver salvação. Toda a celebração da Eucaristia é dirigida pelo Bispo.
Os Bispos, orando e trabalhando pelo povo, espalham multiforme e abundantemente a plenitude da santidade de Cristo.
Pelo ministério da palavra – comunicam a força de Deus, para salvação dos que crêem.
Por meio dos sacramentos – cuja distribuição regular e frutuosa ordenam com a sua autoridade, santificam os fiéis.
Finalmente, devem ajudar com o próprio exemplo aqueles que governam, purificando os próprios costumes de todo o mal e tornando-os bons, quanto lhes for possível com o auxílio do Senhor, para que alcancem, com o povo que lhes é confiado, a vida eterna.

N.º27 -  O Ministério Episcopal de Reger

Os Bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo. Como o faz: Por meio de conselhos; Persuasões; Exemplos; Autoridade; Poder sagrado.
Exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve  (Lc 22, 26-27)
Os Bispos devem, dar-se a todos, estar sempre pronto para a todos evangelizar; exortar os fiéis ao trabalho apostólico e missionário.
Os Fiéis devem, aderir ao seu Bispo, como a Igreja adere a Jesus Cristo, e este ao Pai.

N.º 28 – Os Presbíteros e suas relações com Cristo, com os Bispos, com o presbitério e com o povo Cristão.

Os Bispos, transmitiram legitimamente o múnus do seu ministério em grau diverso e a diversos sujeitos.  Assim, o ministério eclesiástico, é exercido em ordens diversas pelos Bispos, presbíteros e diáconos. Os presbíteros, embora não possuam o fastígio do pontificado e dependerem dos Bispo no exercício do próprio poder, estão-lhes unidos na honra do sacerdócio
Os Presbíteros, pelo sacramento da ordem, são consagrados, à imagem de Cristo, sumo e eterno sacerdote, para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis, celebrar o culto divino, como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento.

 Funções / serviços dos Presbíteros:
Os presbíteros participam segundo o grau do seu ministério, da função de Cristo.Anunciam a todos a palavra de Deus. Na eucaristia (exercem  principalmente o seu múnus sagrado), nela actuam em nome de Cristo e proclamando o Seu mistério, unem as preces dos fiéis ao sacrifício da cabeça, representam e aplicam, o sacrifício do Novo Testamento, ou seja, Cristo oferecendo-se, uma vez por todas, ao Pai, como hóstia imaculada. Exercem o ministério da reconciliação e do conforto para com os fiéis arrependidos ou enfermos. Desempenham, segundo a medida da autoridade que possuem, o múnus de Cristo pastor e cabeça, reúnem a família de Deus e conduzem-na a Deus Pai.

Relação dos Presbíteros  com os Bispos:
São Cooperadores da ordem episcopal, sua ajuda e instrumento, chamados para o serviço do Povo de Deus, constituem com o seu Bispo um presbitério. Tornam presente o Bispo, nas suas comunidades, ao qual estão associados com  ânimo fiel e generoso.  Sob a autoridade do Bispo, santificam e governam as comunidades a si confiadas, tornam visível a Igreja universal. Procuram ajudar no trabalho de toda a diocese, de toda a Igreja. Os presbíteros reconheçam o Bispo como pai, e obedeçam-lhe com reverência, e os Bispos, consideram os presbíteros, como colaboradores, filhos, amigos.

Relação dos Presbíteros com os Presbíteros
Todos os presbíteros estão ligados entre si em íntima fraternidade, que  se deve manifestar no auxílio mútuo (material, espiritual, pastoral, pessoal, em reuniões, trabalhos, caridade)

Relação do Presbíteros com os Fiéis
Velem, como pais em Cristo, pelos fieis que espiritualmente geraram pelo Baptismo e pela doutrinação. Fazendo-se de coração, modelos para os fieis, dirijam e sirvam a sua comunidade local , para que possa ser chamada Igreja. Dando a todos o testemunho de verdade e de vida.

 N.º 29 – Os Diáconos

No grau inferior da hierarquia, os diáconos, aos quais foram impostas as mãos em ordem ao ministério. Servem o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Liturgia, da Palavra e da Caridade.
É próprio do diácono: Administrar solenemente o Baptismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimónio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentos, dirigir os ritos do funeral e da sepultura.

O Mistério da Igreja (Nº 1 a 8)

811Lumen Gentium  - O Mistério da Igreja  (Nº 1 a 8)

A Igreja é o “Reino de Cristo já presente em mistério” (LG 3), “povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (LG 4).  



O primeiro capítulo desta constituição explica-nos: O Mistério da Igreja, tendo os números abaixo indicados:


- N.º 1 A IGREJA COMO SACRAMENTO 

A Igreja é o “sacramento” de Cristo. “ A Igreja, em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano…”

Daí o objecto desta constituição é procurar pôr de manifesto com maior insistência, aos fiéis e a todo o mundo, a sua natureza (Povo de Deus) e a sua missão (presença de Cristo).
As condições do nosso tempo torna urgente este dever da Igreja, para que os homens todos, hoje mais estreitamente ligados uns aos outros, pelos diversos laços sociais, técnicos e culturais, alcancem também a plena unidade em Cristo.

- Nº 2 NASCE DA VONTADE SALVÍFICA DO PAI

Deus Pai quis desde o inicio que os homens participassem na Sua vida divina, chamando-os à Santa Igreja:

“O eterno Pai, criou o universo, decidiu elevar os homens à participação da vida divina, uma vez caídos, não os abandonou, uma vez caídos, em atenção a Cristo Redentor, sempre lhes concedeu os auxílios para se salvarem.”
“Aos que crêem em Cristo, (o Pai) decidiu chamá-los à Santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o princípio do mundo e admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança, foi constituída  no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito Santo, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos.”

Podemos assim concluir que a Igreja nasce da vontade Salvífica do Pai.

- Nº 3 A IGREJA: MISSÃO E OBRA DO FILHO

Jesus, a fim de cumprir a vontade do Pai, deu começo na terra ao Reino dos Céus e revelou-nos o seu mistério

“A Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus.
 Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual «Cristo, nossa Páscoa foi imolado», realiza-se também a obra da nossa redenção. “

Pelo sacramento da Eucaristia, é ao mesmo tempo representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (1cor.10,17). Todos somos chamados à união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos.

- Nº4 ESPÍRITO SANTO: SANTIFICADOR E VIVIFICADOR DA IGREJA

O Espírito Santo habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cf 1 Cor 3,16; 6,19), e dentro deles ora e dá testemunho da adopção filial (Cf. Gál 4, 6)

“Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele cumprir na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes, para que santificasse continuamente a Igreja e deste modo os fiéis tivessem acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito.”

A Igreja que Ele conduz à verdade total e unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos, e adorna-a com os seus frutos.
Por força do Espírito Santo podemos dizer que a Igreja é carismática, portadora e medianeira de carismas. Não há ninguém na Igreja que não possua carismas, estes são diferenciados e variados, dependentemente da pessoa que os recebe. Todos os carismas são dados em ordem ao Serviço.
Carismas existentes na Igreja: Ministério Ordenado (Bispos, Presbíteros, e Diáconos),     Apóstolos, Profetas e Doutores;
Catequistas, Leitores e Ministros da Comunhão;
Acólitos e Cantores;
Religiosos e Leigos,…

A Igreja toda aparece como “um povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo

- Nº 5 IGREJA = REINO DE DEUS

Jesus deu início à Igreja pregando a Boa Nova do Advento do Reino de Deus, prometido desde há séculos nas escrituras: «cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo»


Este Reino manifesta-se na palavra, nas obras e na presença de Cristo.”

- A Palavra de Deus compara-se à semente lançada ao campo:
«O semeador semeia a palavra. Os que estão ao longo do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; e, mal a ouvem, chega Satanás e tira a palavra semeada neles. Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria, mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, quando surge a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo desfalecem. Outros há que recebem a semente entre espinhos; esses ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e as restantes ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica infrutífera. Aqueles que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, a recebem, dão fruto e produzem a trinta, a sessenta e a cem por um.» (Mc 4, 14-20)

…aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo já receberam o Reino.

- Também os milagres de Jesus comprovam que já chegou à terra o Reino
“Se lanço fora os demónios com o poder de Deus, é que chegou a vós o reino de Deus” (Lc 11, 20)

- Mas este Reino manifesta-se sobretudo na própria pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, que veio «para servir e dar a sua vida em redenção por muitos» (Mt 10, 45).
 Tendo Jesus sofrido pelos homens a morte da cruz, ressuscitou, apareceu como Senhor e Cristo e sacerdote eterno e derramou sobre os discípulos o Espírito prometido pelo Pai.
A Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos e constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra.

- Nº 6 AS FIGURAS DA IGREJA

“Assim, como no AT, a revelação do Reino é muitas vezes apresentada em imagens, também a natureza íntima da Igreja nos é dada a conhecer por diversas imagens tiradas quer da vida pastoril ou agrícola, quer da construção ou também da família e matrimónio…”
À Igreja é atribuída várias imagens:

  • A Igreja como o redil e também rebanho,
A Igreja é o redil, cuja única porta e necessário pastor é Cristo:
            “Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10,7)
            “Eu sou a porta, se alguém entrar por Mim será salvo” (Jo 10,9)
É também o rebanho do qual o próprio Deus predisse que seria o pastor:
            “Assim fala o Senhor Deus: Eis que Eu mesmo cuidarei das minhas ovelhas e me interessarei por elas. Como o pastor se preocupa com o seu rebanho…assim me preocuparei Eu com o meu.” (Ez 34, 11-12)
Onde as ovelhas, ainda que governadas por pastores humanos, são guiadas e alimentadas pelo próprio Cristo, Bom Pastor:
            “O bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10, 12)

  • A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus
A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus:
“somos cooperadores de Deus; vós sois cultura de Deus, sois edifício de Deus” (1Cor 3,9)         
Cristo é a verdadeira videira que dá vida e fecunda os sarmentos, isto é, a nós que pela Igreja permanecemos n`Ele sem o qual nada podemos fazer:
“Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado.
Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer.” (Jo 15, 1-5)


  • A Igreja chamada construção de Deus
A Igreja também é muitas vezes chamada construção de Deus:
“somos cooperadores de Deus; vós sois cultura de Deus, sois edifício de Deus(1Cor 3,9)
O próprio Jesus se comparou à pedra que os construtores rejeitaram, e que se tornou pedra angular:
“Jesus disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto             é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?” (Mt 21, 42)
Sobre esse fundamento é a Igreja construída pelos Apóstolos, e d’ Ele recebe firmeza e coesão. Esta construção recebe vários nomes: Casa de Deus; habitação de Deus no Espírito; tabernáculo de Deus; “Templo Santo”.


  • A Igreja, chamada “Jerusalém do alto” e “nossa mãe

A Igreja, chamada «Jerusalém do alto» e «nossa mãe» é também descrita como esposa imaculada do Cordeiro:
“Alegremo-nos, rejubilemos, dêmos-lhe glória; porque chegou o momento das núpcias do Cordeiro; a sua esposa já está preparada. ” (Ap 19, 7)                                                
                                                          
A qual Jesus amou e por quem se entregou, para a santificar, uniu a Si por um indissolúvel vínculo, e a qual alimenta e conserva, e que lhe está submissa no amor e fidelidade:
“Assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim o estejam também as mulheres a seus maridos em tudo” (Ef 5, 24)


- Nº 7 A IGREJA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO

Jesus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, remiu o homem e transformou-o em nova criatura. Depois, comunicando o Seu Espírito chama todos os homens fazendo deles Seus irmãos, constituindo assim um corpo do qual Ele é cabeça: a Igreja.

É neste corpo que a vida de Cristo se difunde nos que crêem, unidos a Ele por meio dos sacramentos. Pelo Baptismo todos somos assimilados a Cristo, formando um só corpo:
Todos fomos baptizados no mesmo Espírito, para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, servos ou livres…” (1 Cor 12,13)

A nossa participação mais real acontece na fracção do pão eucarístico, onde somos elevados à comunhão com Ele:
“Porque há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto     participarmos todos do único pão” (1 Cor 10,17)
Assim como o corpo humano tem muitos membros, embora diferentes, formam um só corpo.
Também os fiéis, na edificação do Corpo de Cristo têm diversidade de membros e de funções.
É o mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo a sua riqueza e as necessidades dos ministérios para utilidade da Igreja.
O mesmo Espírito, produz e promove a caridade entre os fiéis, daí se algum membro padece, todos os membros sofrem juntamente; se algum membro recebe honras, todos se alegram. 

A cabeça deste corpo é Cristo. Ele é a imagem de Deus invisível, e n`Ele todas as coisas foram criadas.
O concílio pede-nos, pelas palavras de Paulo, que todos os membros se conformem com Ele, até que Cristo se forme em nós:
“Filhinhos…até que Jesus Cristo se forme em vós…” (Gal 4, 19)
“É por Ele que «o corpo inteiro, alimentado e coeso em suas junturas e ligamentos, se desenvolve com o crescimento dado por Deus» (Col. 2,19). Ele mesmo distribui continuamente, no Seu corpo que é a Igreja, os dons dos diversos ministérios, com os quais, graças ao Seu poder, nos prestamos mutuamente serviços em ordem à salvação, de maneira que, professando a verdade na caridade, cresçamos em tudo para Aquele que é a nossa cabeça (cf. Ef. 4, 11-16).”

Para que sem cessar nos renovemos n’Ele, deu-nos do Seu Espírito, sendo um e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o corpo inteiro.
Cristo ama a Igreja como esposa, fazendo-se modelo do homem que ama sua mulher como o próprio corpo, e a Igreja, é sujeita à sua cabeça.


- Nº 8 A IGREJA, SOCIEDADE VISIVEL E ESPIRITUAL

Ela é a realidade visível de Cristo, que continuamente a sustenta sobre a terra, por meio da qual difunde nos homens a verdade e a graça. Porém a sociedade organizada hierárquica, e o Corpo místico de Cristo, o agrupamento visível e a comunidade espiritual, não se devem considerar como duas entidades, mas como uma única realidade complexa, formada pelo duplo elemento humano e divino.

Ela é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos a ele unidos.
Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como sociedade, é na Igreja católica, em união com Ele, se encontram muitos elementos de santificação e de verdade, os quais impelam para a unidade católica.

Uma Igreja que, embora contendo pecadores no seu seio e necessitando de purificação, deseja a santificação de todos os seus membros.
E tal como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza, assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para poder comunicar aos homens os frutos da salvação.
Cristo Jesus “que era de condição divina… despojou-se de si própria tomando a condição de escravo (Fil. 2, 6-7) e por nós, “sendo rico, fez-se pobre”(2Cor 8,9), assim também a Igreja, embora necessite dos meios humanos para prosseguir a sua missão, não foi constituída para alcançar a glória terrestre. Cristo foi enviado pelo Pai “a evangelizar os pobres…. a sarar os contritos de coração” (Lc 4,18). A Igreja de igual modo, a Igreja abraça com amor todos os aflitos.

Enquanto Cristo não conheceu o pecado, a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.  

A Igreja prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (Cf. 1Cor 11, 26)

O Mistério da Igreja, …manifesta-se na sua fundação: em Cristo Jesus, Luz dos povos. Nasce por vontade do Pai, por obra do Filho, e na assistência do Espírito Santo. Ela é acção da Trindade em favor dos homens, em ordem à salvação destes.
Nela, todos nós somos membros activos, colaborando uns com os outros para a plena edificação do Corpo místico do Senhor, do qual Ele mesmo é cabeça, para…
uma Igreja em comunhão!