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A Constituição Hierárquica da Igreja

Lumen Gentium  - A Constituição Hierárquica da Igreja  (Nº 18 a 29)


“Cristo Nosso Senhor, para apascentar e aumentar continuamente o Povo de Deus, Instituiu na Igreja diversos ministérios, para bem de todo o corpo.” LG 18


N.º18 – O Primado de Pedro

Jesus Cristo instituiu na Igreja diversos ministérios, para apascentar e aumentar continuamente o Povo de Deus.
Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja tendo enviado os apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai (Jo. 20,21)
E quis que os sucessores deles, os Bispos, fossem pastores na Sua Igreja  até ao fim dos tempos.

Para que o Episcopado fosse uno e indiviso, Colocou á frente dos Apóstolos  - PEDRO – e nele instituiu o principio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão.
Concilio, pretende declarar  e manifestar a todos a doutrina sobre os Bispos, sucessores dos apóstolos, que com o sucessor de Pedro, vigário de Cristo e cabeça visível de toda a Igreja, governam a casa de Deus vivo.

N.º 19 – O Colégio dos doze Apóstolos

O Senhor Jesus, depois de ter orado ao Pai, chamou os que ele quis, elegeu doze para estarem com Ele, e enviou-os a pregar o Reino de Deus. Instrui-os em colégio e deu-lhes como chefe Pedro, um dos doze. 
Enviou- os aos filhos de Israel e depois a todos os povos, para fazerem de todas as gentes seus discípulos, as santificassem e governassem.
Servindo deste modo a Igreja, sob a direcção do Senhor, todos os dias até aos fins dos tempos.
Foi no dia de Pentecostes foram plenamente confirmados nesta missão (act 2, 1-26)

N.º20 – Os Bispos, sucessores dos Apóstolos

A missão divina confiada por Cristo aos Apóstolos durará até ao fim dos tempos. Os Apóstolos trataram de estabelecer sucessores, nesta sociedade hierarquicamente constituída. Os sucessos dos apóstolos, foram inicialmente auxiliares no ministério dos Apóstolos. Garantiram a continuidade da missão após a morte dos apóstolos, completando e confirmando a obra por eles iniciada. Foram recomendados que velassem por toda a Igreja,  e estabelecessem outros homens com a mesma finalidade para que após a sua morte, assumissem estes o seu ministério.
Entre os vários ministérios que na Igreja se exercem, o principal é o daqueles que, constituídos no episcopado, são transmissores do múnus apostólico.

Os Bispos, receberam, com os seus colaboradores os presbíteros e diáconos, o encargo da comunidade, presidindo em lugar de Deus à igreja, de que são pastores como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado, ministros do governo.
Por instituição divina, os Bispos sucedem aos Apóstolos, como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo; quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo (Luc. 10,16)

N.º21 – O Episcopado como Sacramento

Na pessoa dos Bispos, assistidos pelos presbíteros, o Senhor Jesus Cristo está presente no meio dos fiéis: continua a pregar a todas as gentes a Palavra de Deus, administra aos crentes os sacramentos da fé, incorpora por celeste regeneração e graças à sua acção paternal novos membros ao Seu corpo e dirigi e orienta o Povo na peregrinação para a eterna felicidade.
Para desempenhar estas funções, os apóstolos foram enriquecidos com a efusão do Espírito Santo, e eles transmitiram o dom do Espírito aos seus colaboradores pela imposição das mãos – Consagração Episcopal.
Consagração Episcopal - Confere a plenitude do sacramento da Ordem.
Juntamente com o poder de santificar, confere também os poderes de ensinar e governar, os quais, só podem ser exercidos em comunhão hierárquica com a cabeça e os membros  do colégio episcopal.
Pertence aos Bispos assumir novos eleitos no corpo episcopal por meio do sacramento da Ordem.

N.º22 – O Colégio dos Bispos e sua Cabeça

Por instituição do Senhor, S. Pedro e os restantes apóstolos formam  um colégio apostólico.
De igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos.
Pela natureza colegial da ordem episcopal, os Bispos de todo o mundo comunicam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz.
Para elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio, são chamados vários Bispos a participarem na sua eleição.
O colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, a cabeça da Igreja.
Romano Pontífice – tem pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente.  
A ordem dos Bispos, juntamente com o Romano Pontífice , é sujeito do supremo e pleno poder sobre a Igreja, mas, este poder só pode ser exercido com o consentimento do Romano Pontífice.
Só a Simão colocou o Senhor como pedra e clavário da Igreja  (Mt16, 18-19), mas este encargo foi também atribuído ao colégio dos Apóstolos  unido à sua cabeça (Mt 18,18;28, 16-20)

O Colégio , exprime variedade, universalidade e unidade do Povo de Deus. Enquanto composto por muitos membros, de todos os povos e reunido sob uma só cabeça.
 O supremo poder  sobre a Igreja universal, que o colégio tem, exerce-se solenemente no Concílio Ecuménico. Nunca se dá um Concílio Ecuménico sem que seja confirmado ou aceite pelo sucessor de Pedro; e é tarefa deste convocar, presidir e confirmar estes Concílios.

N.º23 – Relações dos Bispos dentro do Colégio

A união colegial aparece nas mútuas relações de cada Bispo com as igrejas particulares e com a Igreja universal.
O Romano Pontífice – é perpétuo e visível fundamento da unidade dos Bispos e da multidão dos fiéis.
Cada Bispo – é princípio e fundamento da unidade nas suas respectivas igrejas, formadas à imagem da Igreja Universal. 
Cada um dos Bispos, desempenha a acção pastoral sobre a porção do Povo de Deus a ele confiada. Enquanto membros do colégio episcopal e sucessores dos Apóstolos, estão obrigados, à solicitude sobre toda a Igreja.

Deveres e cuidados dos Bispos:
Ø  promover a unidade da fé e disciplina comum a toda a Igreja
Ø  formar os fiéis no amor pelo Corpo místico de Cristo; principalmente pelos pobres, sofredores, perseguidos por amor da justiça
Ø    promover todas as actividades que são comuns a toda a Igreja, sobretudo para que a fé se difunda e a luz da verdade total nasça para todos
Ø  Anunciar o Evangelho em todas as partes da terra, cada Bispo está obrigado a colaborar com os demais Bispos e com o sucessor de Pedro, de propagar o cristianismo, conforme mandato do próprio Jesus Cristo.
Ø  Subministrar às Missões, operários, auxílios espirituais e materiais
Ø  Prestar de boa vontade ajuda fraterna às outras igrejas, mais vizinhas e necessitadas

 N.º 24 – O Tríplice Ministério dos Bispos

Os Bispos recebem do Senhor, em primeiro lugar a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura. Para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Baptismo e pelo cumprimento dos mandamentos. Receberam o Espírito Santo para realizarem estas suas missões. Este encargo é um verdadeiro serviço, chamado “diaconia” ou mistério na Sagrada Escritura.

N.º25 – O Ministério Episcopal de Ensinar  

Ensino / Pregação do Evangelho
Os Bispos  - são os arautos da fé, que para Deus conduzem novos discípulos, são doutores autênticos, que pregam ao povo a fé que se deve crer e aplicar na vida prática. Devem por todos ser considerados como testemunhas da verdade divina e católica.
Embora os Bispos individualmente, não gozam da prerrogativa da infalibilidade, anunciam, infalivelmente a doutrina de Cristo sempre que, ensinam autenticamente matéria de fé ou costumes concordando em que uma doutrina deve ser tida por definida.

A Infalibilidade com que o divino redentor quis dotar a Sua Igreja, na definição de doutrinas de fé ou costumes, que se deve religiosamente guardar e fielmente expor.
Goza da infalibilidade: O Romano Pontífice, como cabeça do colégio episcopal, sempre deve confirmar na fé os seus irmãos, define alguma doutrina em matéria de fé ou costumes. Não precisa de qualquer aprovação. Mas expõe ou defende a doutrina da fé católica como mestre supremo da Igreja universal.
O Colégio episcopal, quando exerce  o magistério em união com o sucessor de Pedro.
Quando o Romano Pontífice, ou o corpo episcopal com ele, define alguma verdade: propõe-na segundo a revelação, à qual todos se devem conformar. Transmite-se integralmente, por escrito ou por tradição, através da sucessão dos Bispos. Solicitado pelo Romano Pontífice, e sob a iluminação do espírito de verdade, é santamente conservada e fielmente exposta na Igreja.

N.º26 – O Ministério Episcopal de Santificar

 O Bispo é o “administrador da graça do supremo sacerdócio”, principalmente na Eucaristia, que ele oferece ou providencia para ser oferecida, pela qual vive e cresce a Igreja.
A Igreja de Cristo está presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, que aderindo aos seus pastores, são chamadas igrejas no Novo Testamento. São elas, nos locais onde se encontram, o novo Povo chamado por Deus, no Espírito santo e com plena segurança.
Nelas se congregam os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo e se celebra o mistério da Ceia do Senhor
Em qualquer comunidade que participa do altar sob o ministério sagrado do Bispo, é manifestado o símbolo do amor e da unidade do Corpo místico , sem o qual não pode haver salvação. Toda a celebração da Eucaristia é dirigida pelo Bispo.
Os Bispos, orando e trabalhando pelo povo, espalham multiforme e abundantemente a plenitude da santidade de Cristo.
Pelo ministério da palavra – comunicam a força de Deus, para salvação dos que crêem.
Por meio dos sacramentos – cuja distribuição regular e frutuosa ordenam com a sua autoridade, santificam os fiéis.
Finalmente, devem ajudar com o próprio exemplo aqueles que governam, purificando os próprios costumes de todo o mal e tornando-os bons, quanto lhes for possível com o auxílio do Senhor, para que alcancem, com o povo que lhes é confiado, a vida eterna.

N.º27 -  O Ministério Episcopal de Reger

Os Bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo. Como o faz: Por meio de conselhos; Persuasões; Exemplos; Autoridade; Poder sagrado.
Exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve  (Lc 22, 26-27)
Os Bispos devem, dar-se a todos, estar sempre pronto para a todos evangelizar; exortar os fiéis ao trabalho apostólico e missionário.
Os Fiéis devem, aderir ao seu Bispo, como a Igreja adere a Jesus Cristo, e este ao Pai.

N.º 28 – Os Presbíteros e suas relações com Cristo, com os Bispos, com o presbitério e com o povo Cristão.

Os Bispos, transmitiram legitimamente o múnus do seu ministério em grau diverso e a diversos sujeitos.  Assim, o ministério eclesiástico, é exercido em ordens diversas pelos Bispos, presbíteros e diáconos. Os presbíteros, embora não possuam o fastígio do pontificado e dependerem dos Bispo no exercício do próprio poder, estão-lhes unidos na honra do sacerdócio
Os Presbíteros, pelo sacramento da ordem, são consagrados, à imagem de Cristo, sumo e eterno sacerdote, para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis, celebrar o culto divino, como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento.

 Funções / serviços dos Presbíteros:
Os presbíteros participam segundo o grau do seu ministério, da função de Cristo.Anunciam a todos a palavra de Deus. Na eucaristia (exercem  principalmente o seu múnus sagrado), nela actuam em nome de Cristo e proclamando o Seu mistério, unem as preces dos fiéis ao sacrifício da cabeça, representam e aplicam, o sacrifício do Novo Testamento, ou seja, Cristo oferecendo-se, uma vez por todas, ao Pai, como hóstia imaculada. Exercem o ministério da reconciliação e do conforto para com os fiéis arrependidos ou enfermos. Desempenham, segundo a medida da autoridade que possuem, o múnus de Cristo pastor e cabeça, reúnem a família de Deus e conduzem-na a Deus Pai.

Relação dos Presbíteros  com os Bispos:
São Cooperadores da ordem episcopal, sua ajuda e instrumento, chamados para o serviço do Povo de Deus, constituem com o seu Bispo um presbitério. Tornam presente o Bispo, nas suas comunidades, ao qual estão associados com  ânimo fiel e generoso.  Sob a autoridade do Bispo, santificam e governam as comunidades a si confiadas, tornam visível a Igreja universal. Procuram ajudar no trabalho de toda a diocese, de toda a Igreja. Os presbíteros reconheçam o Bispo como pai, e obedeçam-lhe com reverência, e os Bispos, consideram os presbíteros, como colaboradores, filhos, amigos.

Relação dos Presbíteros com os Presbíteros
Todos os presbíteros estão ligados entre si em íntima fraternidade, que  se deve manifestar no auxílio mútuo (material, espiritual, pastoral, pessoal, em reuniões, trabalhos, caridade)

Relação do Presbíteros com os Fiéis
Velem, como pais em Cristo, pelos fieis que espiritualmente geraram pelo Baptismo e pela doutrinação. Fazendo-se de coração, modelos para os fieis, dirijam e sirvam a sua comunidade local , para que possa ser chamada Igreja. Dando a todos o testemunho de verdade e de vida.

 N.º 29 – Os Diáconos

No grau inferior da hierarquia, os diáconos, aos quais foram impostas as mãos em ordem ao ministério. Servem o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Liturgia, da Palavra e da Caridade.
É próprio do diácono: Administrar solenemente o Baptismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimónio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentos, dirigir os ritos do funeral e da sepultura.

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